terça-feira, 24 de novembro de 2009

Transtornos infantis


Energias mal sãs - “mau olhado”
Consterna-nos o coração ver uma criança contorcendo-se em agonia, chorando, sem que seja identificado qualquer mal físico. A cultura popular indica a ação de benzedeiras e nós espíritas, apelamos para as preces e passes que qualquer mãe ou pai pode ministrar.

Como essas energias nos contaminam e às nossas crianças?
Todos nós necessitamos de reposição energética. Isso acontece através da alimentação e da respiração feitas pelo nosso corpo físico, e através do Fluído Cósmico Universal (FCU) que será metabolizado em fluído vital, e dos fluídos prontos de outras pessoas, que são absorvidos pelos centros de força, também chamados chacras, existentes em nosso perispírito. Só para termos idéia da importância da alimentação através dos centros de força, 10% da nutrição energética vem dos alimentos, 20% da respiração e 70% do FCU.

Esses fluídos são trabalhados pela nossa mente, influenciados pelos nossos pensamentos e sentimentos. A energia que produzimos é produto da elaboração do FCU, impregnado pelo que sentimos e pensamos. Dessa forma, quanto mais elevados são os pensamentos e as emoções, os fluidos são mais harmônicos, agradáveis, luminosos, saudáveis. Quanto mais inferiores, mais desarmônicos, desagradáveis, doentios. Constantemente estamos irradiando de nós o que realmente somos, e impregnando com esse fluído particular o ambiente, os objetos e influindo sobre as pessoas que aceitam e assimilam essa energia. Educando o nosso pensamento, podemos irradiar uma quantidade maior de fluidos de qualidade superior, que metabolizamos com a nossa mente. Daí, a importância de mantê-la sempre em estado de elevação. As pessoas mais sensitivas percebem a energia desagradável de alguns lugares e de outras pessoas. Ao nos relacionarmos com elas, a contaminação energética acontece e permanece em nós até que nossas próprias energias as expulsem ou que sejam dissolvidas por outra pessoa. Quando esses fluidos são elevados, nos trazem sensação agradável e salutar, quando de baixa vibração, dão-nos dores de cabeça, mal estar e às vezes até interferem com o nosso metabolismo, causando náuseas , dores de cabeça e diarréias.

Quem são esses portadores de energias de baixa vibração?
As criaturas viciosas, tristes, rancorosas, invejosas, revoltadas, situações de discussões, brigas e mágoas, carregam um teor de baixa vibração a sua volta, contaminando ambientes, coisa e pessoas. Muitas delas são sugadoras de energia, deixando as pessoas com as quais encontram sem forças, sonolentas e entristecidas. Isso ocorre porque não conseguem metabolizar o FCU devido ao fato de terem seus centros de força parcialmente bloqueados, sugando a energia de que necessitam de tudo e de todos com os quais se relacionam. É importante ressaltar que todos os sentimentos de baixa vibração consomem muita energia, por isso, essas pessoas são verdadeiras vampiras.

Quando recebemos um passe, a pessoa que o oferece transmite parte das suas energias. Por isso que não é qualquer um que pode ministrar passes. Você dá daquilo que tem, da sua essência. Veja o que pensa, o que sente e o que faz e saberá se pode ou não ministrar passes.

Obsessão infantil
Outro caso muito interessante é a obsessão infantil. O que terá feito a criança para ser perseguida por espíritos cobradores? Encarnado numa criança está um espírito milenar, muitas vezes com uma bagagem de aprendizado invejável e com comprometimentos do passado assombrosos. Há casos em que o espírito é perseguido até mesmo durante a sua gestação. São relacionamentos de ódio em que para benefício de ambos, um ou todos, são levados à reencarnação. Em geral, encarna primeiramente aquele que se arrependeu, ficando na retaguarda o cobrador, aguardando o momento oportuno de vingar-se.

Como o obsessor encontra seu desafeto, se está encarnado em novo corpo?
Quando transgredimos as Leis de Deus, nos comprometemos com a coletividade e nunca com as pessoas com as quais prejudicamos. Para nosso progresso precisamos buscar a reparação do erro. A Lei de Causa e Efeito dita que a cada atitude corresponde um efeito de idêntica expressão, impondo retificação de aprimoramento na mesma proporção, ou seja, temos que despender um esforço para repor as energias positivas do mesmo modo que despendemos esforço para produzir as energias negativas que se acumulam em nosso perispírito. Isso se consegue pelo amor, nos dedicando a restauração do mal cometido, trabalhando no bem, ou pela dor, através da expiação, purgando as energias mal sãs. Ao desencarnarmos, levamos o patrimônio adquirido sedimentado em nosso perispírito, que poderemos chamar de estrutura fluídica. Tal estrutura serve de modelo para a geração do novo corpo em nova encarnação. Assim, trazemos um hálito estrutural, que pode ser captado pelo espírito cobrador, da mesma forma que um perfume que conhecemos em criança, desperta lembranças dessa época, nos fazendo reviver cenas há muito esquecidas. Essa estrutura fluídica não muda enquanto estivermos encarnados, mas podemos nos proteger mudando nossa vibração, elevando nossos pensamentos e sentimentos.

Caso interessante
Para melhoria do planeta e da nossa população, está encarnando na Terra um contingente de espíritos nobres, mais adiantados, com senso moral mais apurado. São os espíritos índigo e cristal, vindos de outro sistema estelar a fim de progredir e nos ensinar.

Devido aos nossos compromissos no meio espírita dificilmente temos oportunidade de viagens de recreio. Numa dessas poucas ocasiões, há alguns anos, fomos passar um final de semana numa residência de amigos na região dos lagos, numa cidade praiana do Rio de Janeiro. Em nosso grupo havia um jovem casal, pais de uma criança de notável inteligência, com aproximadamente 2 anos de idade. O menino demonstrava grande adiantamento moral e capacidade de raciocínio, o que encantava a todos. Após o almoço no primeiro dia, a criança estava sonolenta, mas resistindo ao sono. Começou a chorar. Os pais colocaram-no ao colo, cantando músicas infantis a fim de embalar seu sono, porém, o pequenino desatou num choro convulsivo. Gritava como se estivesse sendo torturado. Mas o que nos impressionou foi que durante o choro, ele olhou para os pais e soltou uma sinistra gargalhada, voltando a chorar. Isso se repetia e irritava o casal que acabava por dar-lhe umas palmadas. A criança dormiu de cansaço. À noite, na hora de dormir, a cena se repetiu. Soubemos que aquela situação acontecia diariamente há mais de um ano.

Conversamos com o casal em particular. A mãe, portadora de mediunidade ostensiva e o pai, cético, de mente cartesiana, só acreditando naquilo que tocasse. Ambos mostraram-se refratários à idéia de tratamento espiritual. Durante nossa conversa percebemos a presença de um espírito vingativo. Devido à urgência da situação, embora não fosse lugar adequado, fizemos uma prece pedindo auxílio aos benfeitores espirituais e contamos com a sustentação de alguns companheiros. Através da mediunidade da minha esposa, conversamos com a criatura, procurando saber suas intenções, orientando-o no caminho do bem. O espírito foi ajudado. Era um obsessor da mãe e da criança. Pelo que notamos e acompanhamos por algum tempo, o problema para dormir nunca mais aconteceu. Soubemos que o espírito aguardava a criança dormir para torturá-la durante o desdobramento do sono. Isso era facilitado porque o casal brigava muito, discutia, se agredia verbalmente, criando uma psicosfera familiar propícia ao espírito cobrador. O casal, ou melhor, a mãe, passou a freqüentar uma casa espírita e a fazer o Culto do Evangelho no Lar. Profilaxia sem igual para a paz a e harmonia doméstica.

Se aquela criança é realmente um espírito vindo de outro sistema solar, como seu obsessor se manifestou na Terra? Será que ela o trouxe de onde veio?
Como dissemos antes, cada um de nós tem a sua estrutura fluídica que é como uma impressão digital, só que não é única, embora rara.

Os obsessores, são na sua maioria, espíritos com os quais nos comprometemos, humilhados, assassinados ou tendo seus haveres subtraídos por nós. O sentimento de ódio e vingança embala essas almas, mantendo-as longe de uma oportunidade redentora.

Se vosso irmão pecou contra vós, ide acertar a falta em particular, entre vós e ele. Se ele vos ouvir, tereis ganho o vosso irmão. Então Pedro, se aproximando, Lhe disse: Senhor, quantas vezes perdoarei ao meu irmão quando pecar contra mim? Será até sete vezes? Jesus lhe respondeu: Não vos digo que apenas sete vezes e sim setenta vezes sete vezes. (Mateus, 18:15, 21 e 22)

Jesus nos fala claramente que devemos perdoar incondicionalmente, para o nosso bem. Os espíritos criminosos, depois de muito sofrerem, arrependem-se e pedem nova oportunidade. Voltam a Terra trazendo em sua estrutura fluídica o mesmo padrão vibracional conhecido pelos seus desafetos. Esses, se não encontram o perdão, continuam na busca dos seus objetivos, convivendo com as imagens do passado, alimentando o sentimento de ódio, numa fogueira interna que os mortifica a cada dia. Por isso Kardec disse: “reconhece-se o verdadeiro espírita pelo esforço que emprega em dobrar suas más inclinações”. Esta máxima, leva-nos a criar na próxima encarnação uma estrutura fluídica diferente da que temos hoje.

O espírito em sua evolução, migra de planeta a planeta, de acordo com suas necessidades evolutivas, levando no bojo da sua alma a estrutura fluídica com a qual se relacionará com esses mundos, encontrando meios de se regenerar com a Lei Divina que é a mesma em todo o Universo.

Mediunidade ou loucura?
Temos dedicado uma atenção especial às crianças portadoras de mediunidade, o que é muito comum. Muitas dessas crianças são levadas aos consultórios psiquiátricos e enquadradas como portadoras de transtornos mentais quando na verdade têm apenas mediunidade. Grande parte desses casos acontece em tenra idade, quando a criança conversa com um amigo “imaginário” ou com parentes e amigos já desencarnados. Em geral, enquanto não freqüentam escolas o caso passa como fantasia da infância, mas quando chega à sala de aula desperta a atenção das pedagogas, que a encaminha às mãos do psicólogo. Com a permanência do problema, por não ser algo somente comportamental, o terapeuta dirige a criança ao psiquiatra que começa a tratá-la com medicamentos que embotam sua mediunidade, trazendo uma aparente tranqüilidade aos pais e professores. A conseqüência disso é a dependência desses medicamentos, condenando a criatura a uma vida inoperante na maioria das vezes.

Não questionamos qualquer tratamento médico, o que deixamos claro é que o espírito encarnado traz a mediunidade de prova para trabalhar através dela para seu bem e o do próximo. Recebemos muitas dessas crianças em nossa casa que foram encaminhadas à evangelização espírita, trabalhando suas potencialidades para um ser humano pleno e capaz e não uma criatura limitada, protegida pela família, sem oportunidade de alçar vôo para sua independência. No passado os hospitais psiquiátricos infantis estavam lotados dessas criaturinhas, que sofriam a ação dos seus algozes desencarnados e os maus tratos dos enfermeiros com nenhum ou quase nenhum preparo. Digo isso por experiência própria, vendo diversos casos de maus tratos e abandono pelo poder público.

E como proteger nossas crianças?
Procurando manter sentimentos elevados, respeitando a forma de ser dos membros da família, hábito da prece que é o verdadeiro telefone para Deus, freqüência à casa religiosa da sua preferência e reservar um dia na semana, sempre no mesmo horário, e realizar o Culto do Evangelho no Lar que é simples e eficaz. Mas alguns casais têm dificuldades em fazê-lo com suas crianças. Cezar Carneiro de Souza nos lembra o seguinte texto:

Os casais espíritas que tem filhos pequenos, geralmente encontram certas dificuldades para a participação dos mesmos nos cultos domésticos do Evangelho, que acreditamos ser-lhes de grande valia, iniciando-os desde cedo na educação da moral cristã.
Em meu lar, os meninos, inquietos, assim que o culto era iniciado, começavam a pedir água, bolachas, doces, brinquedos etc. E com o riso solto, não nos permitiam fixar a atenção nas lições estudadas.
Energicamente, sempre procuramos repreendê-los, obrigando-os a ficarem quietos, todavia, ao contrário do que esperávamos, a situação piorava, pois, quando permaneciam na reunião, era emburrados ou choramingando que o faziam. Certa feita, encontrando-me com Earle e Da. Maria, que vinham enfrentando as mesmas dificuldades, aquele nosso amigo assim me disse:
- Olhe, o Chico resolveu o nosso problema!
- Como? ! - perguntei-lhe, curioso.
- Simplesmente recomendou-me levar a lata de bolachas para a mesa e deixar os meninos mais á vontade! Com a prática e auxiliados pelo conselho do Chico, aprendemos que a melhor forma de retê-los era dedicar-lhes os dez ou quinze minutos inicias com literatura infantil espírita. Assim fazendo, eles aproveitavam o culto, e as dificuldades foram resolvidas...

Livro “ Encontros com Chico Xavier “
Digitado por Rosangela Maria

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